Carros agradam grandes famílias




Carros agradam grandes famílias

Dizem que os mercados maduros são aqueles que têm hábitos de consumo bem definidos. Peruas, por exemplo, são queridas na Europa, assim como as picapes nos EUA.

E no Brasil? Os compactos ainda dominam, mas, acima de R$ 50 mil, muitos consumidores ainda ficam em dúvida entre um sedã e uma minivan, ou entre uma perua e um hatch médio equipado. Com R$ 90 mil, essa dúvida só aumenta.

É aí que entram Citroën C4 Picasso e Honda CR-V. Aparentemente, os dois carros são bem diferentes. Mas eles têm mais coisas em comum do que o preço. Comprimento, largura, altura. Tudo é parecido para fazer a alegria de quem busca espaço para uma grande família.

Bem, depende da família. Se for daquelas enormes, do tempo que ainda nem havia TV, só a C4 será benevolente. Tem sete lugares independentes e uma enorme área envidraçada, que ajuda a dar a impressão de mais espaço interno que o Honda.

Ele, por sua vez, está a alguns centímetros a mais do chão e vai melhor em estradas de terra --das que dão acesso ao sítio.

Mas é no asfalto, onde os dois, na prática, circulam, que as diferenças são mais notadas. Primeiro pela posição de dirigir. O C4 lembra a sua genitora, a Xsara Picasso, que continua em linha e fazendo sucesso.

Na nova, o volante continua baixo, mas agora tem miolo fixo, como no C4 Pallas. Está lá mais para dar um ar moderninho do que funcional.

Há comandos de som e do controlador de velocidade, mas que confundem o motorista de primeira viagem. Alguns até esbarram nos botões e, entre uma manobra e outra, acabam mudando a estação de rádio.

"Frufru"

Na parte superior da coluna de direção está a alavanca do câmbio automático de quatro marchas, como naqueles Landau de três marchas manuais.

Suas trocas são até rápidas para uma minivan. Foram reescalonadas e deram vida a duas hastes atrás do volante. É o tal "ar moderninho" de novo.

O Honda não tem nada disso. É racional, como todo bom carro japonês, e troca o "frufru" pelo excelente acabamento.

Plásticos e emendas de painel são bem feitos, assim como o volante, que não é de couro, mas tem textura agradável.

Feio só o freio de estacionamento, acionado por um pedal à esquerda, como nas picapes americanas. Ele fica ainda mais estranho se for comparado ao sistema eletrônico da Picasso.

Basta colocar em "P" (parking) e o freio está acionado. Quer sair? Engate "D" (drive) e acelere. Você ouvirá um rangido, como se estivesse andando com o freio de mão puxado. Pura impressão: é o tempo (meio segundo, talvez) que o sistema leva para entender que você quer realmente arrancar.

Até os pesos de C4 e CR-V são equivalentes --1.560 kg da Picasso e 1.595 kg do Honda. E, com motores também equivalentes, o desempenho na pista está bem parecido, aponta o teste Folha-Mauá.

Seu motor 2.0 de 150 cv (cavalos) leva o Honda a 100 km/h em 13s, apenas 30 décimos de segundo mais rápido que o Citroën, que também usa um motor 2.0 (143 cv). E o teste está só começando...